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É comum observarmos em pescadores
que estão iniciando na modalidade de fly, o modo errado de
segurar o grip. Mesmo conseguindo executar alguns arremessos
e pescar, o esforço gasto através deste simples "defeito" gera
um desgaste físico desnecessário e perda de energia no
arremesso. Freqüentemente percebemos que a palma da mão do
indivíduo apresenta um "avermelhado" no centro, ou, pior: a
indicação da formação de bolhas entre os dedos e também na palma da mão.
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A boa "pegada" enriquece
o arremesso, uma pegada errada, ou ruim pode matá-lo.
Sua explicação é simples.
A mão do pescador é o principal elo de ligação
entre a captação de força que começa em seus
músculos, sendo transferida e ampliada através da
ação da vara que é distribuída em forma de energia
para a linha de fly. Se seguro de maneira inadequada,
não consigo transmitir a força para a vara e, com isso,
tenho pouca energia ampliada e distribuída para a
linha.
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empunhadura errada, sem eficiência alguma
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O resultado é um arremesso pobre, sem apresentação e
pouco eficiente ou, para corrigir, sou obrigado
a imprimir mais força para manter a mesma
energia na linha ou tentar compensá-la.
Entendo como sendo este - a "pegada no grip" - como
o primeiro conceito para um bom arremesso.
As ilustrações a seguir mostram algumas das formas
de segurar o grip da vara.
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POSIÇÃO 1 -
Caracteriza-se pela posição
do polegar estendido acima do grip. É a chamada "pegada da chave
de fenda", pois se assemelha muito a empunhadura utilizada a
esta ferramenta e, também, porque didaticamente é mais fácil
de passar o conceito para o iniciante. No idioma inglês
"Thumb on top". A posição do polegar, neste caso é
extremamente importante, pois ele faz um contra ponto
com o dedo indicador que está levemente a frente dos demais
dedos, na parte inferior do grip. O polegar deve estar
estendido nesta posição, porém levemente flexionado. Se o polegar
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A empunhadura assemelha-se a pegada da chave de fenda
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estiver totalmente estendido teremos menos
potência no arremesso. Esta é a melhor
maneira de se segurar o grip da vara de
fly e a que melhor capta a força dos músculos
que é transformada em energia através da ação da
vara e ampliada e distribuída para a linha de fly.
Podemos sistematizar a forma de segurar o grip da seguinte maneira:
1) A mão posiciona-se em um ângulo de 90º com relação à vara.

2) A mão sofre uma pequena caída, ficando de forma diagonal com a vara.

3) Cobre-se o grip, de forma a senti-lo confortável
na mão. O Polegar estendido, porém fica levemente flexionado.

A altura em que a mão se posiciona no grip (mais
próximo ou mais distante da carretilha) é dada de
acordo com o formato do grip, equilíbrio do conjunto
e conforto. Este último item refere-se a anatomia
da mão do pescador. Não há um padrão específico para
isso, cada pescador deve encontrar na empunhadura, a
altura mais confortável, de acordo com o equilíbrio do
conjunto que ele dispõe.
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Com o polegar totalmente dobrado,
como vemos na foto ao lado, criamos uma "válvula de escape" na
empunhadura, o que acarretará um esforço maior para o pescador.
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POSIÇÃO 2 -
Caracteriza-se pela posição
do dedo indicador estendido acima do grip. No idioma
inglês denomina-se como "forefinger on top" ou "index on
top". Com o dedo indicador estendido, perdemos força, mas
ganhamos precisão e suavidade. Varas de ação mais lentas e
mais leves permitem a utilização desta segunda maneira de
segurar o grip e respondem de maneira melhor que as varas
mais rápidas, que são melhores carregadas com a
primeira posição apresentada.
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Indicador estendido
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POSIÇÃO 3 -
Caracteriza-se por um "V" formado
entre o polegar e indicador estendidos. Esta posição,
na verdade é uma versão da segunda posição acima
apresentada. Embora bastante confortável também gera uma
perda de energia, pois é um uma "pegada" em que não conseguimos
imprimir a força de maneira total para executarmos os arremessos
e também não conseguimos a precisão desejada. É a forma mais
corriqueira de empunhadura que observamos em pescadores que
já tem algum conhecimento. É também a posição mais difícil
de ser corrigida, pois como o pescador já criou o hábito de
pescar com essa posição e dificilmente mudará sem treinamento
e algum esforço pessoal. É importante destacar ainda que alguns
arremessos mais avançados ficarão prejudicados em razão desta empunhadura.
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Empunhadura em "V"
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POSIÇÃO 4 -
Caracteriza-se por
um "V" formado entre o polegar e o dedo
indicador, porém estes não estão
estendidos. Assim como a posição 3 é bastante
confortável, porém muito menos eficiente que
as anteriores. Neste caso, tanto a posição do
polegar como a do dedo indicador acabam por gerar
dois pontos de perda de energia. Ao invés da mão estar
trabalhando a favor do pescador, na verdade ela está
atuando contra ele. No momento de uma fisgada, ou
"strike", muito provavelmente o pescador enfrentará
algum tipo de problema com esta empunhadura.
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Normalmente utilizamos e sugerimos duas formas
de segurar o grip da vara que se alteram de
acordo com a situação de pesca e o equipamento utilizado.
Para equipamentos com numeração igual ou acima
de uma vara nº 5, utilizo a posição 1 (apresentada
anteriormente). Para equipamentos mais leves utilizo
a segunda posição. Com o polegar na parte superior do
grip eu consigo imprimir mais força e transmitir uma
energia maior para a vara que será transferida para
a linha, alcançando maiores distâncias. Para equipamentos
mais leves e mais lentos recomendo a segunda
empunhadura. Entretanto, ressaltamos que isto não
é um padrão fixo. O pescador sem dúvida poderá utilizar
a posição 1 com equipamentos leves, porém, a posição 2, com
equipamentos mais pesados, ficará comprometida.
O pescador que está iniciando pode treinar estas formas de
empunhadura dentro de casa utilizando a parte inferior da
vara de fly com a carretilha montada. 15 a 20 minutos por
dia, como sugestão, são suficientes para que nas próximas
pescarias já possa sentir a diferença.
E lembre-se: a "chave para o sucesso é a pegada da chave".
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