ESQUEL, UM PARAÍSO NA PATAGÔNIA

Texto e Fotos: Johanes " Jonas" Duarte
E-mail: tfa@theflyangler.com.br


A palavra paraíso pode parecer exagerada para utilizar em uma frase, mas quando se conhece alguns lugares da Patagônia nota-se que isto não é exagero e sim um sinônimo de uma natureza esplendorosa, rica e bela.

 
 
Ciclistas nos arredores de Esquel
 
 

       Sempre vi a Patagônia em documentários da Discovery Channel ou em revistas da National Geographic como simplesmente um lugar desértico, ora leões marinhos, ora pingüins ou a cordilheira dos andes com seus rios de trutas e salmões. Como sou um fanático pela natureza e tudo que a cerca, sempre tive uma vontade enorme de conhece-la e se possível pescar nela, quando em mais um dia atando moscas o amigo Luiz Fernando Pinheiro me liga para fazer um convite para irmos para Esquel na Patagônia a convite do Cônsul da Secretaria de Turismo e Esportes da Argentina no Brasil Sr. Ruben Ali, isto foi quase que um choque já imaginando tudo o que poderíamos observar neste local. O convite foi feito para cobrir a XXI festa Nacional das Trutas 2002/2003 em Esquel, província de Chubut na região central da Patagônia Argentina, esta festa começaria no dia 28 de outubro até o dia 1 de novembro de 2002, a idéia seria viajarmos no dia 25 de outubro e poder chegar antes da festa começar e assim visitar a região e conhecer suas belezas naturais.

 
 

Logicamente fiquei muito alegre para fazer uma viagem a um lugar que eu já sonhava um dia conhecer, principalmente sendo um ótimo local para a pesca de trutas e salmões. A alguns dias para a Viagem, Luiz Fernando me liga dizendo estar impossibilitado de viajar e então convida Nelson Borges de Campo Grande no Mato Grosso do Sul para ir em seu lugar, assim tudo ficou certo que iríamos juntos.

  Mario Capovia da Argentina e Nelson Borges
 
 
O guia Guillermo Ssgui no rio Rivadavia  

       A saída se deu no aeroporto de Guarulhos em São Paulo às seis e trinta da manhã em um avião MD-11 da Swiss com chegada em Buenos Aires ás nove da manhã, ali já nos esperava o Sr. Fabian da Secretaria de Esporte e Turismo da Argentina para nos levar ao Aeroparque um aeroporto para vôos domésticos para decolarmos para Esquel com escala em Bariloche, com cerca de três horas de viagem percorremos 2000 quilômetros que separa Buenos Aires de Esquel. A chegada em Esquel foi nos recepcionada pelo Sr. Daniel representante da Secretaria de Esportes e Turismo local, Maria Angela Maraschi professora de Português e Guillermo Saguí Diretor da associação de guias profissionais de Esquel.

 
 

ESQUEL

 
 

       A cidade de Esquel esta situada na província de Chubut no centro da Patagônia Argentina e a cerca de 2.000 quilômetros ao sul de Buenos Aires, a província de Chubut tem como fronteiras as províncias de Rio Negro ao norte, Santa Cruz ao sul, o oceano Atlântico a leste e o Chile a oeste, a cidade está na divisa da estepe com a cordilheira dos andes, na realidade a estepe avança até quase que no sopé das montanhas. A primeira leva de colonizadores brancos chegaram a região de Chubut em 1865 provenientes do País de Gales.

 
 

A cidade tem uma superfície totalmente plana ótima para se caminhar ou pedalar, sua população é de mais ou menos 28.000 habitantes que na primavera e verão vivem do turismo da pesca esportiva sendo na maioria da vezes somente com moscas e esportes outdoors como trecking, rafting, mountaing bike, escaladas e outros, durante o outono e inverno a cidade está voltada para a temporada de esqui e snowboarding com uma ótima infraestrutura de lojas e instrutores com toda a logística necessária para apoiar o turista iniciante ou avançado, tudo isto aliada a um pista de esqui chamada “La Hoya”. Fora a atividade turística a região é cercada pôr muitas fazendas de criação de ovelhas e um pouco de gado de corte, a Patagônia já foi o maior criador de ovelhas do planeta , existe também uma importante guarnição militar no local.

  Criação de ovelhas em Esquel
 
 
Abutardas  

       Ao descer do avião a primeira visão que você tem é da chamada estepe, uma área que se estende até o litoral, pode-se dizer que a princípio esta região é praticamente desértica com vegetação de pequenos arbustos e quase plana, mas aqui se encontra uma rica vida animal onde os mais observados são os guanacos, lebres, pequenos roedores, muitas aves, vários lagartos e também as Maras que também são chamadas de lebres Patagônicas, que é uma super lebre, tem uma frase local que exemplifica esta região “ En La Humilde Aridez de La Estepa se Oculta La Vida”.

 
 

       Na realidade o aeroporto está no final desta região de estepe, a medida que vamos nos aproximando da cidade começam a aparecer as árvores locais como o álamo, o pinus e outros pinheiros, a cidade está cercada de lindas montanhas todas com seus picos nevados, na entrada da cidade você verá muitas cabanas de toras no estilo Americano, seguimos em direção ao hotel Sol del Sur, sempre acompanhados pela Maria Angela e pôr Jorge Daniel Ibãnez motoristas de táxi local que nos foi colocado a disposição para os passeios pela cidade e para os eventos da festa.

 
 

O primeiro jantar foi marcado para as nove horas com o guia Guillermo Saguí e sua esposa no restaurante “La Española” especializada em carnes e massas, após a primeira noite com um ótimo jantar e com vinhos da região de Mendoza só nos restava dormir e nos preparar para a maratona de passeios e encontros com jornalistas e articulistas locais e de várias regiões da Argentina.

   O guia Guillermo Saguí, sua esposa e Nelson Borges
 
 

TREVELIN

 
 

       Após o almoço Jorge nosso motorista sempre de ótimo humor nos espera junto com Maria Angela para nos levar até a cidade de Trevelin pela rota 259, esta cidade com seu nome indígena Mapuche que significa “Povo do Moinho” fica a 22 quilômetros ao sul de Esquel, ao trafegarmos pela estrada avistamos muitos vales com criações de ovelhas e um pouco de gado de corte e sempre com montanhas ao fundo um verdadeiro cartão postal, a cidade tem diversas plantações de tulipas que é uma verdadeira explosão de cores e também suas casas de chá Galês com bolos, tortas e pães. A chegada no centro para turistas nos é dado vários folhetos sobre a cidade e suas atrações.

 
 

Entrada da cidade de Trevelin

 

Tulipas de Trevelin

 
 

       Decidimos visitar o moinho de farinha e museu Nant Fach que está a 22 quilômetros de Trevelin, este moinho é uma cópia dos primeiros moinhos construído pelos galeses em 1891, ao chegarmos fomos recebidos pelo proprietário, construtor e guia do museu Sr. Mervyn Evans que nos acompanha sempre nos explicando com todos os detalhes sobre a colonização de seus antepassados na região, também nos explica que esta região teve vários prêmios internacionais como o melhor trigo de todo o mundo, porém em 1949 acontece uma reviravolta na economia local.

 
 
Moinho de farinha, réplica do imigrantes Galeses  

O governo federal decreta que abaixo do rio colorado não seria mais considerado região para o plantio de trigo, simplesmente para subsidiar a região norte, assim todos os moinhos pararam suas produções e os colonos locais acabaram se dedicando a criação de ovelhas e gado, isto fez com quê os moinhos fossem abandonados e consequentemente destruídos, a poucos anos atrás o senhor Mervyn Evans conseguiu com seu esforço próprio construir não só o moinho mas o museu “Nant Fach” neste local você poderá comprar farinha integral e queijos “Arnold”, existem vários pequenos produtores de queijos na região, de ótima qualidade.

 
 

       Ao retornar para Trevelin paramos em um parque chamado Nant Y Fall que significa riacho das cachoeiras, suas três cachoeiras são as suas principais atrações, ele é cortado pôr um riacho que da o nome ao parque, uma trilha bem conservada o levará a mirantes para a observação das quedas, muitas árvores como ciprestes e mais trinta e três espécies de árvores e plantas afloram no local, um passeio muito bonito que vale a pena ser feito, na trilha de acesso as cachoeiras é proibido fumar, apesar dos guardas faunas serem sempre muito gentis não tente fumar escondido, não saia das trilhas pré estabelecidas e não deixe nenhum tipo de lixo no local principalmente vidros que com o reflexo do sol poderão ajudar a iniciar incêndios, existe uma área especifica para pic-nic e fazer churrasco mas apenas durante o dia, não é permitido o pernoite no parque.

  Esta placa mostra a seriedade das autoridades locais
 
 

PARQUE NACIONAL LOS ALERCES

 
 

Entrada para o Parque Nacional Los Alerces

 
 

       Ao sairmos da cidade de Esquel em direção ao parque Los Alerces, seguimos por entre vales e montanhas sempre com paisagens de cartão postal, atravessamos o rio Percey e logo a seguir o lago Terraplen onde se pode avistar muitos flamingos, garças, gaivotas, abutardas e outros pássaros, a chegada a entrada do parque a visão é maravilhosa e com grandes toras de árvores fazendo um lindo portal, toras estas que são sempre de árvores caídas naturalmente dos bosques.

 
 
Lago Futalaufquen  

Este é um dos maiores parques da Argentina, são nada mais nada menos que 263.000 mil hectares de área de montanhas, bosques, lagos e rios, sua criação foi em 1937 para proteção e educação ambiental. Nosso destino de hoje será um passeio pelo lago Menéndez e depois uma caminhada através dos bosques dos Alerces. Nosso motorista nos leva em direção a ponte sobre o rio Arrayanes que tem uma beleza de parar o fôlego, antes paramos para algumas fotos no lago Futalaufquen , não se empolgue com as fotos porque senão você terá problemas, com tantas paisagens lindas é obrigatório levar muitos rolos de filmes.

 
 

Chegando a ponte nosso motorista nos deixa porque à partir deste momento somente poderemos seguir a pé, esta ponte pênsil é feita em cabos de aço e madeira, quando atravessar o rio dê uma olhada nas margens e você verá lindas trutas bem abaixo da ponte, são muito conhecidas pôr não atacarem as moscas dos pescadores, serão vinte minutos de caminhada ao lado do rio Menéndez com suas águas de uma cor fantástica.

  Lago Futalaufquen
 
 
Lancha para passeio no lago Menendez  

Com o uso de óculos polarizados podemos observar várias trutas ao longo de suas margens, a pesca aqui é feita em lanchas com motor de popa isto porque sua águas são muito rápidas, no final da trilha chega-se no porto Chucao onde começamos a navegar em um grande barco sempre acompanhado de guias autorizados pelo parque, este passeio é feito no lago Menéndez sempre rodeado de lindas montanhas e com inúmeros riachos e córregos com suas águas dos degelos das montanhas.

 
 

Uma das atrações do parque é uma geleira onde se pode avistar com alguma sorte um condor e nós tivemos esta sorte, em todo o passeio fomos guiados pôr Juan Carlos, que nos foi muito simpático para conosco e todos os turistas que estavam no local, dentro do barco suas primeiras informações são a respeito da segurança em caso de naufrágio, depois muitas informações com respeito ao parque e os cuidados a serem tomados ao desembarcarmos para o início da caminhada pelo bosque dos Alerces, ao chegamos ao porto Sagrario nosso guia nos explica mais alguns detalhes.

  Visão parcial da geleira no lago Menendez
 
 
Alerce  

A partir deste momento percorremos uma caminhada com várias paradas para explicações de nosso guia sempre nos contando alguma particularidade da floresta, pouco antes do final da trilha chegamos a árvore mais velha do mundo chamada pelos habitantes locais como “el Abuelo” em português seria o avô ou o velho, este Alerce tem nada mais nada menos um pouco mais de 2.6 0 0 anos e uma altura de 57 metros!!!

 
 

Pode se dizer que é um dos seres vivos mais antigos do planeta terra, como não poderia deixar de ser, a sua proteção é constante e até a passarela que tem em volta da árvore fica suspensa para não haver contato com as raízes. Este passeio tem uma duração de quatro horas à partir da ponte sobre o rio Arrayanes, é simplesmente imperdível.

  Apenas pesca com mosca
 
 

RECEPÇÃO AOS CONVIDADOS

 
 

       A recepção a todos os convidados, imprensa local e de outras localidades, guias, pescadores e políticos aconteceria no auditório municipal, o Sr. Rafael Williams prefeito de Esquel juntamente com vários secretários municipais de Esquel, Trevelin, Tecka e Cholila deram abertura a solenidade, em seguida o biólogo Favio Rescia autor do projeto “ Desenvolvimento Sustentável da Pesca Esportiva na Província de Chubut” fez um extenso relatório a respeito do projeto que visa a importância dos negócios turísticos na região de Chubut, principalmente no que se refere a pesca esportiva, não só apoiando a criação da associação dos guias profissionais mas também voltada para uma forte consciência ecológica principalmente aos jovens nas escolas, o projeto também fez estudos baseados não apenas na região mas também em seus principais competidores no hemisfério sul como, Chile, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul e outras regiões Patagônicas, este estudo pretende analisar todas as possibilidades econômicas para a região em termos de pesca esportiva para em um futuro próximo disputar com os maiores pontos de pesca do mundo.

 
 

Biólogo Favio Rescia

 

Sr. Rafael Williams prefeito de Esquel

 
 

PESCARIA
primeiro dia

 
 
Laguna Willemanco  

       Finalmente chega o tão esperado dia, serão três dias reservados aos pescadores e jornalistas convidados, os locais liberados para este árduo trabalho seriam dois lagos e dois rios, o rio Rivadavia e o rio Futaleufú para flotada, o lago Rosario e a Laguna Willimanco, seríamos os primeiros pescadores da temporada a arremessar as moscas para as trutas. Os pescadores e jornalistas foram divididos em dois grupos distintos, cada grupo seria levado aos locais pré determinados pelos guias.

 
 

       Neste primeiro dia eu pescaria com Juan Pablo grande amigo de Buenos Aires que estava no lugar de Marcelo Morales representante da SAGE na Argentina e meu amigo Nelson Borges ficaria com o outro grupo, neste primeiro dia fomos para a laguna Willimanco a vinte minutos de Esquel, esta laguna fica em uma área particular de um lado e área militar do outro, quando nosso veículo chega no alto da montanha e começa a descida a visão é de tirar o fôlego, imaginem uma grande lagoa cercada de altas montanhas bem escarpadas e com uma água super cristalina e para melhorar as coisas o fundo é de uma areia branca que mais parece uma praia no Caribe, sim, ao entrar na água a sensação é de que você vai pescar bonefish, se não fossem as montanhas em volta e a água muito fria qualquer um diria que ali se encontram bonefish, mas o que temos ali são excelentes trutas arco-íris, belos peixes de uma coloração maravilhosa e com um ataque muito forte.

  Balsas para 'flotada' no lago Willemanco
 
 
Juan Pablo com uma arco-íris  

No começo da manhã o guia Guillermo Saguí me acompanhou em direção ao flanco direito da laguna mas eu tive apenas um ataque de uma pequena truta, após várias tentativas voltamos e fomos em direção ao outro lado, conversei um pouco com Juan Pablo e resolvemos ir para a área dos juncos que cresce em vários pontos do lago, neste lugar não demorou e começamos a pescar vários peixes de bom tamanho, na realidade havia um problema que era justamente os juncos, tínhamos que entrar na água até a altura do peito e arremessar tomando o cuidado de não deixar o leader enroscar na vegetação e tampouco não podíamos abaixar os cotovelos porque senão ficariam molhados, e a idéia não era boa, esta vegetação fez com que o Juan quebrasse sua vara de número seis isto o deixou muito chateado porque ele havia deixado suas outras varas no hotel mas antes que ele ficasse desesperado eu cedi a ele uma vara que eu tinha levado de reserva.

 
 

Problema resolvido voltamos a pescar e fisgar vários peixes, depois de umas duas horas não agüentávamos mais pescar e não poder abaixar os cotovelos, resolvemos sair e almoçar, após comermos nossos lanches ficou resolvido que iríamos flotar na lagoa, cada guia estaria com um barco inflavel e levaria dois pescadores em cada embarcação, este barcos são movidos a remo sem nenhuma ajuda motorizada, desta vez saímos com o guia Héctor Troche outro fabuloso profissional que nos deu todas as dicas necessárias para o local. Após remar em direção a parte mais funda da lagoa avistamos uma queda rápida de profundidade, a idéia aqui é usar linhas que afundam rápido de preferência com uma razão de descida de quatro a seis polegadas pôr segundo.

  Que saudades....
 
 

       Eu estava usando uma Linha Rio Density Compensated 150 grains, esta linha são como as famosas Teeny, ela geralmente tem a ponta que afunda e a parte do Running Line é flutuante, a parte que afunda desta linha é de 24 pés e os outros 76 pés são flutuante.

 
 
Juan Pablo com mais uma arco-íris  

Esta linha é mais ou menos como uma super Sink-Tip, a vantagem desta linha em relação as Full Sinking é que você consegue tira-la da água com mais rapidez fazendo com que se possa repetir muitos arremessos e na situação de estar em um barco em movimento deixa você com mais chances de fisgadas, seu arremesso é muito fácil, quando você estiver com a parte que afunda para fora da ponteira da vara é só arremessar, não precisa ficar fazendo false-cast, outra vantagem é que a parte que afunda tem uma coloração bem escura quase que preta e a parte que flutua tem uma cor azul, deixando fácil a visualização.

 
 

       A mosca que eu mais usei nesta laguna e que me deu mais resultados foi a clássica Woolly Bugger Preta com Bead Head, montada em anzol Tiemco 5263 BL sem farpas de número seis, praticamente à partir deste momento não usaria mais outra mosca, ainda bem que o estoque era bom. Apenas para lembrar, na maioria dos locais em que estivemos é obrigatória amassar a farpa do anzol. Quando o dia terminou todos estavam felizes, todos pegaram bons peixes.

  O guia Héctor Troche pescando um pouco
 
 

PESCARIA
segundo dia

 
 
Pescadores iniciando flotada no rio Rivadavia  

       O segundo dia estava reservado para o rio Rivadavia, este belo rio de águas de velocidade média para rápida é lugar de arco-íris, marrons e brook também chamadas de Fontinalis ou Trucha de Arroyo. De Esquel até o lago Rivadavia são cerca de 50 quilômetros entre asfalto e cascalho bem conservado, ao chegarmos no lago sempre cercado de uma grande vegetação e montanhas vamos logo trocando de roupa e colocando nossos waders, apesar de ser uma flotada a idéia é ir parando em vários pontos do rio e pescar de dentro da água, hoje meu companheiro no barco seria Leandro Delacroce mais conhecido como “Lalo” que estava representando o importador da Orvis da Argentina.

 
 

Nem bem começamos a sair do lago em direção ao rio e já começava os ataques das famintas trutas, na sua grande maioria arco-íris sempre de bom tamanho, ambos tivemos muito ataques nesta manhã, a parada para o almoço foi em um canto do rio muito agradável com muita sombra e com ótima pescaria bem a frente, do almoço ao ponto de pesca não eram mais que vinte passos, voltando a descer o rio resolvi trocar de mosca para testar uma Marabou Muddler que o Gregório me havia presenteado antes da viagem.

  A única 'marrone' que saiu na pescaria
 
 
Brigando com uma marrom  

       Com alguns poucos arremessos uma linda truta marrom abocanhou e sempre no fundo brigou bravamente antes de se entregar para as fotos, apesar de estar utilizando uma vara RPLXi Saltwater de número 6 esta truta marrom não se intimidou com meu equipamento, esta foi a minha única truta marrom e com os outros amigos aconteceu a mesma coisa, poucos ataques de marrons e nenhuma fisgada de Brook.

 
 

Antes de chegarmos ao lago verde onde acaba o rio Rivadavia ouve muitas fisgadas de peixes de 1 a 2 quilos, mais uma vez fizemos uma ótima pescaria, vale a pena ressaltar que “Lalo” o meu amigo de embarcação em um pequeno desvio do rio algo que mais lembrava um córrego de uns 2 metros de largura acabou pegando uma linda truta, o local não havia espaço para arremessos apenas com pequenos toques de vara ele soltava a linha repetidas vezes até que nossa bela truta resolveu abocanhar sua Woolly Bugger Rubber Legs, pura técnica de nosso amigo.

 
 

Boas trutas no rio Rivadavia

 

Lalo com seu merecido prêmio

 
 

PESCARIA
terceiro dia

 
 
Como escorrega...  

       Enfim chegou o nosso último de pescaria em Esquel, um dia que eu não queria que tivesse acontecido tão rapidamente mas enfim, Mais um lugar diferente nos aguardava, o lago Rosario na região de Trevelin, Chegamos a uma fazenda chamada “Establecimiento Agro-Turístico Lago Rosario” uma fazenda muito bonita e bem cuidada, a pesca aqui é feita em pequenas lanchas com motor de popa isto devido ao tamanho do lago, dos riachos que descem da montanhas abastecem de água o lago e que depois vem a formar o Riacho Nant y Fall.

 
 

Nesta saída meu companheiro de barco foi Guillermo Manning que vive em Esquel e escreve para o site www.flyfishing-argentina.com , nossos guias seriam Brian morador local e Martin de Esquel ambos muitos prestativos e tentando nos ajudar com os ventos que teimavam em não ir embora, toda a pescaria foi feita com muito vento e deverás gelado, acredito que a média era de mais ou menos zero graus!!!

  A pescaria estava ótima mas o frio...
 
 

       Boa parte da área em que pescamos está cheia de juncos então é arremessar no limite dos juncos deixar á mosca descer o mais rápido possível e esperar os ataques, nesta manhã cinzenta e gelada foram dez fisgadas com arco-íris na faixa de 1 quilo e algumas um pouco mais, porém muito fortes, este lago como em todos os outros tem uma transparência muito grande, adoraria fazer um mergulho no verão para ver estes peixes em seu habitat natural.

 
 
Ovas de arco-íris na 'Estación de Piscicultura Arroyo Baguilt'  

       Voltamos a sede para o almoço e rapidamente voltamos para a água desta vez retorno com “Lalo” para mais algumas horas de muitos ataques, infelizmente tivemos que partir mais cedo porque vários jornalistas e secretários de Trevelin e Esquel estariam presente ao encontro que haveria na “Estación de Piscicultura Arroyo Baguilt”, esta piscicultura tem um projeto para educação ambiental e de repovoamento aos rios da província onde se encontra uma maior pressão de pesca, são três as espécies que se cria aqui, Truta arco-íris, Truta Marrom e Truta Brook ou Fontinalis.

 
 

       Este projeto está sob responsabilidade da Direção de Pesca Continental órgão da província de Chubut responsável não só pela piscicultura mas também pela fiscalização de suas águas através de seus guardapesca e também o levantamento pesqueiro de todos os rios, lagos e lagoas para saber da possibilidade de pesca na temporada seguinte, isto faz com que não haja uma lei única para todos os rios e lagos mas sim um levantamento com base em estudo podendo assim liberar ou fechar uma área de pesca e também sobre os limites de captura em quantidade e tamanho nos rios e lagos de toda a Chubut, fora isto eles levam educação ambiental as escolas da província e aos turistas que visitam suas instalações. Esta seria a noite mais triste de minha viagem a Patagônia Argentina, infelizmente como diz o título do filme...Nada é para Sempre.

 
 

Os guias reunidos no almoço, o terceiro da esquerda é o penetra Nelson

 

Governador da província de chubut Sr. José Luis Lizurume

 
 

       No último dia em Esquel fomos convidados com todos os outros amigos pescadores, guias, jornalistas e autoridades locais a um almoço de comemoração ao evento, o almoço foi dentro do Parque Nacional Los Alerces em um restaurante construído em toras, uma típica construção local, o almoço foi aberto com um pequeno discurso do governador da província Sr. José Luis Lizurume, e também agradeceu a presença de todos os convidados e convidando-nos para um retorno no próximo ano.

 
 

AGRADECIMENTOS

 
 

       Agradeço em meu nome e de meu amigo Nelson Borges a todos os amigos de Esquel, Trevelin e de Buenos Aires que nos acolheram em sua cidade tão hospitaleira, a todos os guias principalmente a Guillermo Saguí diretor da associação dos Guias profissionais de Esquel, a Maria Angela Maraschi que foi muito amável e simpática sempre nos guiando a todos os passeios.

 
 
Maria Angela e Jorge Daniel  

A Jorge Daniel nosso motoristas pessoa super simpática, a Daniel Wegrzyn Coordenador do Programa de Pesca Desportiva e Turismo da secretaria de turismo , a Daniel Marandet da secretaria de turismo de Chubut que sempre nos ajudou em todos os dias em que estivemos em Esquel e a todos as pessoas que nos cercaram e foram de uma forma ou de outra muito gentis e muito simpáticas, a Luiz Fernando Pinheiro que idealizou esta viagem e ao seu convite e pôr último ao Sr. Ruben Ali Cônsul da Secretaria de Turismo e Esportes da Argentina no Brasil, que sem ele não teria sido possível esta viagem.

 
 

MATERIAL UTILIZADO:
 
Varas: SAGE SP # 4 – 8’6” pés – partes / XP # 5 – 9’0” pés – 4 partes / RPLXi # 6 – 9’0” pés – 3 partes
 
Carretilhas: Tibor Freestone e System2
 
Linhas: Royal Wulff Triangle Taper Floating nas três varas e Rio Density Compensated 150 grains para a vara RPLXi # 6
 
Leaders: 9’0” pés para as linhas Floating e leader de 1.5 mt para linha Rio
 
Tippets: 3X ou 2X
 
Moscas: Woolly Buggers pretos e verde olivas, Marabou Muddler preto e SF Minnow multicor
 
 
 
ACESSÓRIOS e DICAS:
 
Wader: Neoprene ou Breathable (Gore-tex)
 
Roupas: Não esqueça de levar roupas de fleece ou Polartec para usar nos passeios e na pescaria, o ideal seria uma calça e meia para usar sob o wader de Gore-tex, já que o mesmo não é térmico e blusas também, eu utilizei uma em contato com a pele e uma Segunda sobre a camisa para segurar o vento. Chapéu, gorro de lã ou boné para proteção dos ventos e ao sol, uma luva de lã ou de fleece seria opcional, no meu caso não foi necessário usar, lembre-se que as luvas devem Ter os dedos cortados para facilitar a troca de moscas e tippets. Um jaqueta à prova d’água é muito importante e de preferência curta para quando tiver que entrar na água.
 
Bota: Não esqueça que a bota deverá ter um solado de feltro.
 
Apetrechos: Nipper ou cortador de tippet, carretéis de tippet, leaders extras, Net ou puça, linha de fly de reserva, máquina fotográfica e muitos filmes, nas flotadas é bom levar uma proteção para a câmara porque sempre acumula água no fundo do bote e respingos podem acontecer, se você não tiver uma linha que afunde o ideal será usar moscas lastreadas ou então leve split shot, uma pinça hemostática ou forceps, para acomodar tudo isto você poderá optar pôr um colete, um chest pack ou Lanyard.
 
Licença: Licença na Argentina é super importante então não se esqueça de adquirir a sua, o valor em Esquel é de $ 30,00 pesos por dia ou $ 150,00 pesos para toda a temporada.
 
Proteção: Protetor solar, labial e um creme hidratante é muito importante, já que a região tem uma umidade muita baixa.
 
Dinheiro: A moeda corrente atualmente é o peso, o dólar é aceito em muitos lugares outros não, então a melhor coisa chegando em Buenos Aires é trocar dólares pôr pesos, principalmente moedas e trocados, cartões de crédito são aceitos na maioria dos estabelecimentos. Até o uso do carrinhos para bagagem no aeroporto de Ezeiza em Buenos Aires tem que serem pagos, o valor é de 1 dólar.


Guias para pesca:
Guillermo Saguí – gsagui@ar.inter.net
 
Raul San Martin – raulsm@ciudad.com.ar
 
Héctor Troche – delantual@yahoo.com.ar
 
John G. Roberts – valrob@ciudad.com.ar
 
Juan R. Cammisa – juancammisa@ciudad.com.ar
 
Esteban Oszust – fuinque@ar.inter.net

Guia para trecking, rafting e rapel:
 
Frederico – fedconesa@yahoo.com

Fly Shops:
Buenos Aires Angler’s – baangler@arnet.com.ar – Marcelo Moralles – Buenos Aires
 
The Irresistible Fly Shop – irresistible@ciudad.com.ar – Gerardo Oscar Grau - Buenos Aires
 
Martin Pescador – Rua Sarmiento esquina com Avenida Alvear – Centro - Esquel
 
Bolsa de Ski – Rua 25 de mayo esquina com Rua Rivadavia - Centro – Esquel



Hotel:
 
Sol del Sur – soldelsur@ar.inter.net Avenida 9 de Julio,1086
Tehuelche - tehuelche@ar.inter.net Avenida 9 de Julio, 831

Restaurantes:
 
La Espanõla – carnes grelhadas (parrillas) Rua Rivadavia, 726
Don Chiquino – Cantina de massas Rua 9 de Julio, 970

Táxi:
 
Jorge Daniel Ibãnez – Cel. 1568 1671