Pescarias Inesperadas
 
 

Texto:
A.C.Cravo
Fotos:
Cravo e Marchioni


 
 

       Quantas vezes nossas pescarias ansiosamente esperadas e organizadas acabam por não dar certo face aos mais variados motivos, algumas por falhas nossas outras por diversos fatores sobre os quais não temos influência, mas que no final levam ao mesmo resultado, ou como diriam os mais céticos a nenhum resultado.

 
 
 

       No entanto, outras que nem imaginávamos em fazer resultam muito boas, seja pelo local escolhido, seja pelo resultado final em peixes, ou seja, pelos acompanhantes.
 
       Esta última que realizei ou seriam estas últimas que realizei, pois foram cinco em quatro dias foram assim, inesperadas. Desde a aquiescência do Marchioni aceitando o convite para passar conosco o feriadão da Páscoa aos locais escolhidos e o resultado final.

 
 
 

       Na quinta-feira pescamos na praia com a água literalmente pelo pescoço e às vezes submersos nas ondas numa pescaria divertida onde não faltaram os Pampos, as Betaras e até mesmo os Carapaus.
 
       Somente quem já os pescou com uma varinha telescópica sabe o que é ficar girando na água levantando o braço ou dando “ponta de vara” quando a tensão é muita e não se tem outra coisa para fazer.

 

       A Sexta-Feira Santa, dia em que praticamente nunca realizei boa pescaria em meus mais de cinqüenta anos de pesca foi dedicada à pescaria de Lambaris no Rio Cubatão, que estava “no ponto”, água limpa, pouca correnteza e Lambaris aqui e ali, atacando tanto as secas quanto as ninfas. Usando uma vara número dois e o 100 uma número zero, pescamos até às 14.30h e com uma “boa idéia” no número de Lambaris (30 a 21) para o 100, retornamos para casa e voltamos às ondas, acrescentando mais uma pescaria e alguns peixes ao currículo.

 
 
 
 

       No sábado, também dedicado à pesca de fly agora com varas número seis, apesar da maré baixíssima que deixaria qualquer “robaleiro” louco saímos para verificar uns pontos e na impossibilidade de chegar a eles e depois de tentar algumas estruturas nos atracadouros das marinas do canal entre as pontes “Pênsil e do Maluf” voltamos ao cais para um lanche e aguardar a hora mais propícia.

 
 
 

       Saímos às 13.30h e vinte minutos depois o 100 já faturava o primeiro deles, 1/12.
 
       Não sei se sou um bom anfitrião deixando que ele pescasse mais peixes do que eu, ou se ele é mal educado e pescava todos na minha frente. Foram doze Robalos e dois Xaréus contra apenas dois meus, vou ficar com a tese do bom anfitrião, coloquei até o Lady Pi na água, coisa que os meus “detratores” nem vão acreditar.

 
 

       À noite, quando falávamos das pescarias comentamos “por que não escrever sobre elas?”, afinal foram três tipos de pescarias diferentes: Praia, rio e canal. Se não um “Grande Slam”, um Grande Tchan!

 
 
 
 

       E num acórdão de fominhas combinamos: amanhã acordaremos bem cedo e vamos de novo. Então sem que tivesse sido planejada antes daquela conversa, pois domingo era o dia do famoso almoço de páscoa, saiu a quinta pescaria que para nossa alegria foi tão boa quanto as outras, seja pela diversão nas ondas seja pelos Pampos que peguei.
 
       Dessa vez foram 13 a 6 para mim.

 
 
 
 
 

       Nesses quatro dias pude comprovar nossa amizade e o carinho que temos pela pesca em todas as suas possibilidades, desde a realizada com uma simples varinha telescópica àquelas com modernas varas, carretilhas e linhas de fly, num conjunto de centenas de dólares.

 

       Às vezes costumo dizer que a pesca é o esporte mais barato do mundo, nós é que o encarecemos desejando materiais cada vez mais sofisticados e caros, mas tanto com a “simples varinha” quanto com a mais cara delas, o esporte é o mesmo, não acham?

 
 
 

       Agradeço ao "Índio" e sua família que tão bem nos receberam em seu sítio no Rio Cubatão.

 

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