No Quintal do Vizinho

Texto e Fotos: Sergio E. Marchioni (100)
E-mail: pescacommosca@uol.com.br


Vista de uma das partes do lago, cujo formato é em 8
 
 

       Na verdade esse título não é meu e até achei meio ridículo, porém, retrata a pura realidade, feita com laços de amizade e selada pela pesca.

 

       Essa pescaria começa há uns anos atrás, quando o Elias me convidou a pescar na casa de um amigo em Santa Isabel.
 
       Foi neste dia que conheci o Jonas e sua família, anfitriões de primeira, sempre deixando você muito à vontade.
 
       Poucos têm sua sorte, morar relativamente próximo de uma das maiores cidades do mundo (São Paulo), porém com a qualidade de vida que todos nós gostaríamos de ter, em um belo sítio e com um lago perfeito para pescar.

  Vista da casa
 
 
Uma das cachoeiras que abastecem o lago  

       O lago é natural. É servido por dois córregos que deságuam através de duas cachoeiras bastante altas e íngremes. A saída da água é feita através de válvulas de forma a não permitir que as espécies exóticas escapem. Como este lago fica em um vale, é simplesmente impossível a água ultrapassar a borda. Várias espécies de peixes são originárias, dentre elas, lambaris, saicangas, bagres, traíras, carás e lips. Aos poucos outros peixes foram sendo introduzidos, como apaiaris, tilápias, alguns pintados e pirararas e, recentemente, as carpas capim para ajudar no combate à proliferação de plantas como as elódeas. Além desses, que por si só já podem nos proporcionar boas brigas, foram adicionados tucunaré e black bass.

 

       Os peixes não são alimentados artificialmente, sendo seu cardápio: os mais diferentes insetos, eventuais frutinhas e principalmente outros peixes. Isso é possível graças à enorme quantidade de peixes forrageiros existentes no lago. É evidente que para que isso ocorra, eventualmente uma ou outra espécie é escolhida e durante um certo período é feito o seu controle populacional.
 
       O lago é bastante grande e com pontos onde a profundidade pode alcançar os 10 metros. Eu diria que tem o tamanho ideal para pescar com float tube, muito embora os caiaques também sejam uma boa opção. Utilizar um barco com motor elétrico também seria viável, porém, com meios tão favoráveis, porque não utilizar o float tube ou o caiaque?
 
       A pescaria começou cedo, logo já estava de wader dentro do float tube e o Elias no seu caiaque. O meu foco eram os lambaris e as saicangas, por isso resolvi pescar com um equipamento bem leve.

 
Uma das montagens dos droppers
 

       Quase sempre quando vou pescar lambaris, começo utilizando os droppers, com uma seca e uma ninfa. Isso sempre ajuda a identificar como o lambari está se portando, se está atacando em cima ou embaixo. O único senão na utilização do dropper é que há um risco bastante grande do tippet embaraçar em um arremesso com o loop muito fechado, portanto, é importante fazer os arremessos com loops mais abertos.

 

       Entrar no ritmo de uma pescaria pode demorar um pouquinho, porém, o prêmio às vezes é grande, como este dublê de lambaris, que além de tudo é uma das boas surpresas que o dropper rig pode oferecer.

  Dublê de lambaris
 
O lugar do lambari   Mais um lambari
 

       Depois de vários lambaris, era chegada a hora das saicangas. Apesar de ter pegado duas, uma na seca e outra na ninfa, estas não são as iscas mais eficientes, para tanto, um bom streamer é uma excelente escolha.

       Enquanto batia os pés para trocar de ponto, olhava a caixa de streamers para escolher a isca. A opção feita foi pelo Mini Marabou na ponta da linha.

 
A tranquilidade no float tube  

       Como é bom pescar de float tube, você fica muito confortável, além de um entrosamento maior com a natureza. Nada de barulho, fumaça de motor. Nada de ficar ajeitando o barco para depois poder pinchar, pois no float você posiciona e impulsiona com os pés, ficando as duas mãos livres.

 

       Com a isca na água, em pouco tempo uma, duas, três, .... saicangas. Com a linha na água, resolvi ir um pouco mais para frente e de repente a quarta saicanga. Vocês podem estar se perguntando: - Ah, corrico não vale! Não é fly!
 
       Bom, eu até concordo, mas não é nada mal pegar um peixinho enquanto você está batendo o pé para mudar de lugar.
 
       E o resultado disso - mais sete peixes. Até que valeu!

  Saicanga no corrico
 
A pequena saicanga   Mais uma saicanga
Saicanga   Lambari na Mini Marabou
 
Elias e seu apaiari briguento  

       Entre uma saicanga e outra, vejo o Elias ao longe, com uma varinha #3 embodocada. O peixe fazia o que queria, ia de um lado para outro, para frente, para trás e nada de subir. Imaginamos ser uma das grandes tilápias que tem lá. Depois de um tempinho, o peixe cede e na superfície dá o ar da graça. Nada de tilápia, era um apaiari briguento!

 

       Com a chuva mais forte, resolvi sair da água e pinchar um pouco da margem. Grata surpresa a bela saicanga que peguei.

  Bela saicanga
 
Jonas e sua traíra  

       Apesar de ter pescado pouco, o Jonas não deixou por menos e fisgou a sua traíra.
 
       Um belo dia de pesca, ótimos peixes, companhia agradável, aliado a um exercício saudável, tudo isso a 40 km de casa!

 

Equipamentos:
 
       Varas: SAGE SLT, 8'0", número 0   e   TALON - Cairnton XF, 7'6", número 2.
       Carretilhas: SAGE 3100 e CAHILL 0

 

Leaders:
 
       De 7 à 10 pés trançados e cônicos

 

Linhas:
 
       SAGE Quiet Taper II - WF-0-F
       RIO Pocket Water - PW-2-F

 

Mais Fotos:

 
Lambari do Elias na Montana   Saicanga com um Mini Marabou
 
Mais um lambari   O lambari
 
O Lugar das saicangas   Lambari da margem
 
Elias, seu caiaque e o Apaiari   Saicanga da margem