Um pouco de História e localização
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Descoberto em 1909 pela Comissão Rondon, recebeu, inicialmente, o nome de Rio da Dúvida (a origem do nome devia-se ao fato do desconhecimento para onde iria desaguar). Em 1913 inicia-se uma expedição científica. O Presidente Americano Theodore Roosevelt, também participou dessa expedição que durou até maio de 1914, quando Rondon, em sua homenagem, nomeou o rio de 1.409 km, com o nome de Rio Roosevelt. Entre outras atividades, a expedição tinha por objetivo a coleta de animais e plantas para o museu de história natural americano.
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O rio nasce na chapada dos Parecis em Vilhena, no paralelo 13º19’, seu curso tem o sentido sudeste/norte alcançando o Rio Madeira no paralelo 5º LS, rio do qual é afluente pela margem direita. O Rio Roosevelt é conhecido ainda hoje como Rio da Dúvida em seu alto curso, Rio Castanho em seu médio curso e Aripuanã em seu baixo curso. Seu curso percorre trechos dos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas, recebendo águas de vários tributários destacando-se entre eles na margem esquerda os Rios Capitão Cardoso e Tenente Lira, oriundos de Vilhena (Parecis) e na margem direita os Rios Madeirinha e Branco.
Dessa expedição cientifica surgiu o livro Nas Selvas do Brasil escrito pelo presidente norte-americano, onde diversos relatos da região são mencionados.
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Numa dessas passagens o autor refere-se a uma cachoeira nomeada até então de cachoeira Santa Rita que passou a ter o nome de Cachoeira do Inferno. Impossível de ser atravessada. No dia 21 de abril de 1914, o ex-presidente americano percorreu as trilhas onde atualmente se localiza a Pousada do Rio Roosevelt e que após 89 anos, a região continua exatamente igual a aquela época.
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Menciono isto porque nosso destino era justamente esse trecho do rio.
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Através do convite da High Hooks Fishing Tours e da própria Pousada tive a oportunidade de realizar mais um curso de fly destinado exclusivamente aos guias de pesca daquele lodge.
Além disso, iria acompanhar dois americanos – Mark e Philippe – membros da IGFA – durante as pescarias, juntamente com o amigo Ian Sulocki, da Universidade da Pesca.
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A Pousada do Rio Roosevelt está localizada no Estado do Amazonas próxima à divisa com Estado de Mato Grosso e Rondônia, ao pé da cachoeira do Inferno.
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Para chegar até a pousada, o melhor roteiro é um vôo regular até Porto Velho e um vôo fretado até a pousada. Não há estradas até o lodge, sendo o acesso feito por avião ou ainda por navegação, viagem essa quase interminável, pois o acesso ao rio é feito através de uma ponte na Rodovia Transamazônica, distante 18 horas do local. O vôo de Porto Velho até a pousada dura em média uma hora e trinta minutos.
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A Pista da pousada possui 980 metros de extensão por 60 metros de largura. Sendo toda bem compactada em cascalho, com capacidade para receber aeronaves como: Grand-Caravan, King-Air, Sêneca, entre outros. Operando com segurança os 12 meses do ano, segundo nos informou o Junior, um dos proprietários da Pousada.
Durante uma semana dividi meu tempo entre o curso e as pescarias, já que alguns guias estariam ocupados com os americanos e não poderiam participar junto com os demais.
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Um pouco da pescaria na região
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Em razão da cachoeira, a pescaria é feita acima ou abaixo dela. Na parte de baixo da cachoeira existem diversos locais onde se pesca o tucunaré, em pequenas baías e locais mais abrigados onde a água é mais lenta. No próprio leito do rio é possível capturar alguns exemplares próximos a estruturas como galhadas, troncos submersos ou pedras, que aparecem aos montes.
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Na parte baixa do rio, ainda, distante cerca de uma hora de navegação fica uma segunda cachoeira, chamada de Inferninho. Aqui é preciso descer dos barcos, para poder continuar a navegação, após os barcos serem posicionados abaixo das fortes corredeiras.
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Logo em seguida a saída da Cachoeira do Inferninho fica uma área excelente para a pesca de matrinxãs. Os cardumes são facilmente visualizados, mas a pesca exige muita precisão dos arremessos. Em muitos pontos dessa descida o pescador terá uma única chance de fazer apenas um arremesso em determinado ponto escolhido. Pacús Bandeira e Brancos são comuns também nesse local, podendo ser capturados com a imitação de uma fruta avermelhada (uma espécie de araçá).
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Nossa pescaria foi dividida na parte baixa do rio em dois dias. No primeiro dia pescamos até a cachoeira do inferninho. No segundo dia nossa meta era descer a cachoeira até um acampamento avançado da pousada, distante duas horas dessa cachoeira, onde faríamos nosso almoço para retornar ao lodge no período da tarde.
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O Rio Roosevelt nesse trecho alterna longas áreas de águas calmas e profundas para em seguida apresentar trechos de águas rápidas e rasas. A pesca do tucunaré, bicuda e cachorra é freqüente por toda a extensão do Rio.
Na parte superior da Cachoeira do Inferno, a pesca pode ser feita em dois rios distintos. No próprio Roosevelt ou no Madeirinha, tributário do primeiro.
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Na parte superior, pescamos dois dias no Roosevelt e dois dias no Madeirinha, que apresentava condições um pouco melhores para a pesca do tucunaré.
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São rios completamente distintos. O Roosevelt apresenta uma água mais escura (quase cor de coca-cola), muito limpa e com grandes áreas de pedrais. Algumas praias de areia branca dão um contraste para o rio e são excelentes pontos para a pesca do tucunaré e bicudas também.
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Em grande parte o rio apresenta um fundo de pedras, muito raso e que dificulta a navegação nas primeiras e últimas horas do dia, entretanto os guias da Pousada atravessam por esses trechos na maior tranqüilidade e com uma visão quase zero, o qual um pescador pouco acostumado com a navegação na região não se atreveria a passar.
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É um rio com poucas baías ou lagos, alguns muito distantes da pousada, o que exigem, muitas vezes algumas horas de navegação e uma saída bem cedo.
Normalmente a pesca acaba ocorrendo no próprio rio, em pontos pré-determinados como saídas de riachos, pedrais de meio, próximo a paredões de pedras nas encostas ou espraiados, onde a pesca passa a ser desembarcada.
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Alguns remansos formados pelas pedras são pontos excelentes para se lançar uma mosca, também.
Já no Madeirinha, a pescaria é um pouco diferente.
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Por ser um rio de fundo de areia, e bem mais raso, o tucunaré não está tão espalhado. Quando se encontra o peixe, pode-se ter a certeza que haverá muitos outros. Este rio apresenta alguns lagos bem próximos da Pousada, que torna a pescaria do tucunaré mais fácil, principalmente para aqueles que não estão habituados com a pescaria desse peixe, como era o caso dos americanos.
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A pousada está montando dois acampamentos (bases avançadas) nos dois rios (distantes do lodge cerca de 3 horas de navegação, cada base), onde o pescador poderá pernoitar e continuar a pescaria no dia seguinte, rio acima.
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Acredito que o pescador que quiser conhecer a região terá boas opções de pesca, com uma boa variedade de espécies para serem capturadas, tanto com fly, com iscas artificiais (bait casting) ou ainda tentar os peixes de couro e corvinas à noite.
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Sobre os peixes
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Existem duas espécies de tucunaré presentes na região, o borboleta (que o pessoal de lá chama de Açú, mas que não se trata do tucunaré Açú encontrado no Rio Negro) e o tucunaré pitanga, um pouco menor mas com uma coloração muito bonita.
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Cachorras e Bicudas estão por todos os lados. No pé da Cachoeira do Inferno são encontradas as maiores cachorras e algumas bicudas grandes também. A Pescaria nesse local é feita geralmente ao final do dia, na última hora.
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Para aqueles pescadores que também querem tentar um peixe de couro à noite, diversos locais com grandes profundidades são excelentes pontos para pirararas, filhotes, jaús, jundiás e cacharas. Sem contar na pesca da corvina.
Além dessas espécies, a matrinxã, o pacú bandeira e branco são boas opções, principalmente para testar a habilidade de qualquer pescador com fly. A Caranha é outra espécie que se faz presente. Pude observar algumas matrinxãs na faixa de 3 quilos que simplesmente ignoraram qualquer isca apresentada pra elas. Somente as pequenas, com peso aproximado a 0,5 kilos arriscavam um ataque às moscas.
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Existe ainda possibilidade de se pescar a Jatuarana, peixe raro de se encontrar, que na região do Madeirinha, cerca de 5 horas de navegação da pousada, chegam a pesar 5 a 6 quilos. Mas dessa pescaria só tive a notícia e a promessa que na próxima vez que for pra lá tentaremos encontrar o peixe.
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Como se percebe, a região oferece uma rica variedade de peixes para a prática da pesca esportiva. Não mencionei os peixes pequenos como jacundás e sardinhas, ou ainda enormes lambaris que podem ser pescados com uma tralha bem leve.
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Algumas informações sobre a Pousada e serviços
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Quem chega à Pousada do Rio Roosevelt vai se surpreender com o local.
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Os chalés da pousada (6 chalés) possuem todo o conforto necessário, integrando o turista/pescador ao ambiente da floresta amazônica, estando equipados com ar-condicionado, frigobar, wc com banho quente.
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Além disso, está disponibilizado serviço de lavanderia e duas máquinas de gelo com capacidade de 400 kg/dia.
A pousada possui um restaurante climatizado com vista panorâmica para a praia natural onde é possível tomar um refrescante e seguro banho nas águas do Rio Roosevelt.
As diárias incluem café da manhã, almoço, happy hour e jantar com cerveja, refrigerante, sucos naturais e água mineral incluso.
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A comunicação é feita via rádio, através do escritório da Pousada, em Porto Velho.
Para a pesca, a Pousada dispõe de barcos de 6 m, equipados com motor de 25 HP e cadeiras giratórias. Os barcos não estão equipados com motor elétrico, mas, segundo o Junior, em breve a pousada terá mais este equipamento.
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Além disso, a pousada tem uma base avançada localizada no Rio Roosevelt abaixo da Cachoeira do Inferninho (distante 3 horas - navegação), que serve como apoio ou para um opcional pernoite dos pescadores. Estão sendo construídas mais duas bases avançadas, uma no Rio Madeirinha e outra no Roosevelt, acima da Cachoeira do Inferno.
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Além de tudo isso, a pousada possui uma torre com observatório de pássaros, com visão geral da região e trilhas ecológicas no meio da floresta amazônica.
A natureza colabora ainda mais com a beleza do lugar. Milhares de borboletas podem ser observadas por todos os locais que se caminha ou se navega. Se o rio tivesse o nome de “Rio das Borboletas”, seria, também, bastante adequado.
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Alguns animais silvestres, como uma capivara e um mutum, compõem o cenário “dando boas vindas” aos hospedes e sempre estão próximos ao restaurante ou chalés.
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Sobre o curso ao Guias
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A Fly Cast, com seu propósito de difundir a Pesca com Mosca no Brasil, realizou mais um curso de fly exclusivo para os guias de pesca da Pousada.
Com o objetivo de orientar os profissionais do turismo da pesca para um melhor atendimento ao pescador com mosca, foram passados diversos conceitos e abordados diversos temas relacionados ao assunto.
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Os guias da Pousada Rio Roosevelt receberam treinamento prático, com exercícios de arremessos, e grande conteúdo teórico adaptado às condições e realidade da região. Estando preparados para receber o pescador com mosca e atendê-los com bastante segurança.
Com isso a Pousada do Rio Roosevelt passa a contar com um serviço diferenciado visando atingir um público mais exigente e também diferenciado.
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A iniciativa de capacitação do guias para a prática da pesca com mosca é inédita no Brasil, em setembro passado realizamos o primeiro curso exclusivo aos Guias no Xingú River Lodge, no Pará, capacitando os guias de lá e, com o resultado positivo, a Pousada do Rio Roosevelt resolveu investir na proposta e passa a contar, também, com a certificação da escola.
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Este curso foi realizado em 3 dias (durante o período noturno eram realizadas as palestras e discussões teóricas e durante as manhãs, o treinamento prático).
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Temas como, leitura de água, segurança na pesca, distância, abordagem, posicionamento de embarcação e aproximação dos pontos de pesca foram amplamente discutidos. A escolha e trabalho das moscas, montagem de equipamento e construção de líderes também foram assuntos explorados nas palestras. Na parte prática, um treinamento com alguns arremessos (muito embora os guias estejam orientados a não pescar com os clientes) consolidam a compreensão da teoria. Uma saída de barco, mostrando os locais mais propícios, a distância ideal para um arremesso, o trabalho das moscas e suas funções práticas, entre outras coisas, fazem com que os guias tenham totais condições de atender o pescador com fly.
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Além desses assuntos específicos, outros temas foram abordados, já que o Ian Sulocki também é consultor do PNDPA e pode passar algumas informações gerais sobre a pesca esportiva.
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