As primeiras notícias sobre as moscas de tubo datam do século XIX e dão conta de que os nativos usavam o calamo de penas para montar suas iscas para pescar Salmões. Depois elas praticamente desapareceram e voltaram à voga em 1930, em uma publicação do britânico Alexander Wantless, que não ganhou notoriedade.
 
       O surgimento das “moscas de tubo modernas” é creditado à Winnie Morowsky, datando de 1945, época em que eram confeccionadas no calamo das penas de peru. Desde então, o desenvolvimento não parou mais. Os calamos de penas foram substituídos por tubos cirúrgicos e o atado em tube flies se tornou amplamente utilizado. E nem poderia ser diferente, afinal as montagens de iscas de fly sempre estiveram em constante evolução, quer seja para resolver problemas ou buscar soluções para novos desafios. No caso específico das moscas de tubo a evolução foi ainda mais notável, pois com o surgimento e desenvolvimento delas, foi possível sanar problemas relativos à enorme quantidade de tipos e modelos de anzóis que eram necessários, aos tamanhos de iscas, as dificuldades em fazer montagens flexíveis, etc.
 
       Então vamos conhecer melhor essas iscas.

       Função:
 
       É idêntica às que são atadas em anzóis e sua forma de trabalho também se equivale. Ninfas, terrestres, poppers e divers, crustáceos e streamers são algumas das iscas que podem ser montadas com essa técnica, a diferença é que ao invés da montagem ocorrer no anzol, ela é feita em um tubo, seja ele plástico ou metálico.

       Vantagens:
 
       - Não há a necessidade de um grande sortimento de anzóis, e caso o que esteja sendo usado estrague, não se perde a isca, basta substituí-lo.
 
       - Em situações onde é preciso uma abertura maior ou menor; haste curta ou longa, grossa ou fina, basta escolher o anzol e conectá-lo a isca.
 
       - Atar no tubo barateia o custo das iscas.

       - Quando o peixe é fisgado, a isca tende a se desprender do anzol, fica longe de sua boca e solta na linha. Isto faz com não seja mastigada, o que se traduz em maior durabilidade, principalmente quando usadas com espécies que têm dentes.

       - Permitem acrescentar ou reduzir o peso nas iscas, sem a necessidade de utilizar os tradicionais fios de chumbo, tão danosos ao meio ambiente. Mas é bom levar em conta o peso específico dos metais que, quanto maior, mais pesado tornará a isca.
 
       Alguns exemplos de materiais, pesos dos tubos e situações em que devem ser usados nas iscas:
 
       A) Plástico: quando não se quer adicionar peso
 
       B) Alumínio: para que afunde pouco.
 
       C) Cobre: para atingir maior profundidade.
 
       D) Tungstênio: para que afunde bem rápido e trabalhe mais no fundo.

       Quais Utilizar?
 
       Existe uma infinidade de tubos à venda no mercado, mas podemos improvisar e economizar reais valiosos.
 
       Metálicos:
 
       Escolha o material que achar mais interessante, e lembre-se será possível aproveitar a espessura da parede do tubo, assim como seu diâmetro, de acordo com as necessidades.
 
       Os mais largos são indicados para tippets mais grossos, shock tippets e principalmente no caso de usarmos encastoados de aço.
 
       Há ainda uma nova concepção na criação de tubos metálicos especiais, com conicidades e espessuras diferentes.

       Plásticos:
 
       De alta pressão - são fáceis de achar, têm em vários diâmetros e cores.
 
       Cotonetes - fácil de ser encontrado, também é a opção mais barata e não perde em qualidade para os tubos de alta pressão. Além do mais, é uma boa forma para reciclar esse material, que normalmente é descartado na natureza.

       Manufatura das iscas com tubos:
 
       Plásticos
 
       Corte no tamanho desejado e, com a chama de um isqueiro crie uma saliência na extremidade sem prejudicar o diâmetro interno. Isso servirá para não deixar o atado escorregar e para prender a luva de fixação do anzol.

       Metálicos
 
       Após definido o tamanho, corte e aparelhe as pontas para eliminar rebarbas. Em seguida, faça um revestimento com um tubo plástico para diminuir o atrito com as bordas – isso elimina o isco do tippet ser cortado neste ponto. Quando for aparar o excesso do tubo plástico deixe uma pequena sobra, suficiente apenas para que possa ser queimada para fazer o acabamento.

       Anzóis:
 
       Em geral podem ser utilizados os modelos de haste curta (extra short ou XS), mas dependendo da necessidade, anzóis de haste mais longa também são indicados.
 
       Como os anzóis poderão ser descartáveis, não há mais a necessidade de usar caríssimos modelos em aço inox. Pelo contrário. Anzóis bem afiados, porém baratos, são mais que indicados. Também não é mais necessário ter grande variedade. Apenas alguns tamanhos e uns 3 ou 4 tipos resolvem os problemas para a maioria das pescarias.

       Luvas:
 
       É um tubo plástico macio que se destina a fixar o anzol para que este não gire e desequilibre o trabalho da isca. Porém, na hora da fisgada, ele libera o anzol e mantém a isca bem longe da boca do peixe.
 
       Uma boa dica de material para as luvas são os tubos termo-retráteis, que são macios, flexíveis e podem ser encontrados nas mais diversas cores e diâmetros.

       Morsas e Adaptadores:
 
       Existem as morsas específicas para tubo e os adaptadores que são encaixados em morsas convencionais. Entre as que já usamos o modelo com adaptador da HMH foi o que apresentou mais vantagens. É barato, se adéqua a qualquer morsa e é o que segura melhor o tubo.
 
       Tanto as morsas como os adaptadores vem com pinos que servem para ajustar tubos de diversos diâmetros.

       Agora é colocar mãos a obra e ir em busca de seus grandes troféus.